terça-feira, 16 de setembro de 2014

OS PÁSSAROS QUANDO MORREM





Lembro-me de o ver passar, pelas ruas de Lisboa, cabelo ao vento, de tudo distraído, transformando em poesia qualquer folha de árvore, qualquer brilho de lua.

Os oficiais da de serviço à poesia, fazedores de pés de barro, deixam-no esquecido na prateleira dos poetas militantes. Por isso é preciso recordá-lo. Uma e outra e outra vez.


Nunca encontrei um pássaro morto na floresta

Em vão andei toda a a manhã
a procurar entre as árvores
um cadáver pequenino
que desse o sangue às flores
e as asas às folhas secas...

Os pássaros quando morrem
caem no céu.

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